Um texto do blog A Blasfémia:
Será que a lei é mesmo para cumprir?
A propósito da recusa da Madeira em aplicar a lei do aborto tornou-se popular a ideia de que a lei é para cumprir. Ora, este súbito legalismo é uma novidade na política portuguesa e, de qualquer das formas, não tem qualquer fundamento. Sempre vivemos com leis que ninguém cumpre, sendo a antiga lei do aborto o exemplo mais evidente. E na altura não me lembro de aqueles que agora dizem que a lei é para cumprir dizerem que as mulheres deviam ir para a prisão por abortar. […]
Realmente, o que não faltam é pessoas que só sabem dizer que a lei é para cumprir quando estão de acordo com ela…
Ainda dentro do mesmo tema, também li hoje isto no Zero de Conduta:
O aborto às 920 semanas
[…] Uma mulher madeirense pretende abortar. Desloca-se a um hospital onde, cumprindo ordens de Alberto João Jardim, lhe barram a pretensão a um direito consagrado na lei. Ouviu o Presidente nas rádios e televisões. Protesta e recorre às instâncias judiciais. Quando o seu filho está na universidade, o tribunal dá-lhe razão.
Quanto a isto, a pergunta que faço é a seguinte: o tempo de espera para um aborto (para acabar com uma vida) vai ser o mesmo que o tempo de espera para uma operação (para salvar uma vida)?
Vendo as coisas de outro ponto de vista: O DIREITO À VIDA (E À DEMOCRACIA) DAS CRIANÇAS MADEIRENSES